06/03/2015 07h16 - Atualizado em 06/03/2015 16h39

 

Pesquisa desenvolvida em São Carlos aponta as propriedades da curcumina.

Substância destrói o intestino das larvas do mosquito e não polui o ambiente.

Do G1 São Carlos e Araquarara

O tempero que dá cor e sabor a muitos pratos pode ser o ingrediente que faltava no combate à dengue. Pesquisadores da Universidade de Paulo (USP) em São Carlos descobriram que a curcumina, uma substância presente no açafrão (Curcuma longa) e que dá o tom laranja ao pó, pode matar as larvas do Aedes aegypti.

Pesquisa está sendo desenvolvida por Vanderlei Bagnato e Larissa Souza na USP São Carlos (Foto: Reginaldo dos Santos/EPTV)

Segundo o professor Vanderlei Bagnato, do Instituto de Física (IFSC), quando a larva ingere a substância e é exposta a qualquer tipo de luz, inclusive a solar, ocorre uma reação que leva à destruição de seu intestino e à morte. Tudo isso de forma simples.

Basta colocar o pó em locais onde o mosquito da dengue costuma se reproduzir, como pratos e vasos de plantas. A larva ingere a substância e morre pouco depois, mesmo quando a área não está plenamente iluminada. “Ela mata em duas horas as larvas que estavam diretamente expostas ao sol e leva um período um pouquinho mais longo, de 24 horas, para as larvas que estavam em locais sombreados”, explicou a pesquisadora Larissa Souza.

Além de ser eficaz, a substância não agride o meio ambiente. Quando entra em contato com a luz, combate as larvas e se dissolve. Em testes no laboratório, bastaram alguns minutos para o líquido alaranjado voltar a ficar quase transparente. “Se você colocar a curcumina na água de um vaso e o seu cachorrinho, por um acaso, for lá e tomar essa água, nada vai acontecer”, afirmou Bagnato.

Pesquisadores da USP São Carlos descobrem substância que mata larva do mosquito da dengue (Foto: Reprodução/EPTV)

Aplicação

O próximo passo da pesquisa é aplicar o pó nos quintais das casas para definir qual é a quantidade mais adequada pra combater o mosquito e usar o estudo em benefício da população.

“Precisamos da cooperação com as autoridades, com os agentes sanitários, para que a gente possa elaborar realmente um trabalho ainda em teste, mas em campo, para verificar se essa pode ser uma solução viável para esse tremendo problema que nossa sociedade vem vivendo”, afirmou o professor.

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