A própolis é um subproduto apícola e serve para diversos benefícios à saúde. Ela possui ação antisséptica e antibiótica natural. Por isso, é utilizada no tratamento de infecções na garganta, resfriados e gripes.
A própolis também pode ser usada de forma externa em picadas de insetos, acnes e pequenos ferimentos, pois tem ação anti-inflamatória e cicatrizante. Além disso, a própolis tem várias outras propriedades benéficas para a saúde.
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O que é própolis?
Própolis é um produto oriundo de substâncias resinosas, gomosas e balsâmicas, colhidas pelas abelhas de brotos, flores e exsudados de plantas, nas quais as abelhas acrescentam secreções salivares, cera e pólen para elaboração final do produto. A própolis é constituída de resinas vegetais, cera de abelha, pólen e óleos essenciais.
Segundo Wagner Rodrigues Santos, presidente da Sociedade Brasileira de Apiterapia, dentre os tipos de própolis, a mais comum é a própolis verde, originada do alecrim do campo (Baccharis dracunculifolia).
A própolis bruta encontra-se em estado sólido. É dura a 15°C e maleável a partir dos 30°C. Suas propriedades físicas como cor, odor e faixa de fusão (60°-70°C) variam de uma amostra para outra.
Devido à grande diversidade de espécies vegetais brasileiras visitadas pelas abelhas, existe uma elevada variação nos princípios ativos da própolis. Sua composição química é extremamente complexa.
Para que serve própolis? Indicações e ação farmacológica
A própolis tem propriedades que produzem efeitos contra bactérias, fungos, vírus, protozoários, além de outras atividades farmacológicas. Confira abaixo:
Atividade antibacteriana
A própolis apresenta uma atividade antibacteriana mais pronunciada contra linhagens de bactérias Gram-positivas.
Atividade antifúngica: Própolis para candidíase
Em um estudo com pacientes acometidos por candidíase oral — uma doença causada pelo fungo Candida albicans —, pesquisadores observaram uma regressão da lesão causada por esse patógeno muito similar à regressão observada quando se utiliza a nistatina. Segundo o estudo, pode ser interessante, no tratamento, o uso da própolis para candidíase.
Atividade antiviral: Própolis para gripe
Em estudos realizados, pesquisadores observaram que os extratos apresentam atividade antiviral na reprodução do vírus da Influenza A e B, do vírus da vaccinia, do vírus da doença de Newcastle e atua em infecções causadas pelo Rhinovírus devido aos seus constituintes, especialmente, os flavonoides.
Atividade antiprotozoário: Própolis para doença de Chagas
Em um trabalho com extratos de própolis, Marcucci e colaboradores conseguiram isolar quatro compostos com atividade antiprotozoária que foram ativos contra Tripanossoma cruzi, o causador da doença de Chagas.
Atividade anti-inflamatória: Própolis para sinusite e dor de garganta
Dentre as várias propriedades da própolis já descritas, foi observada também a atividade anti-inflamatória atribuída à presença de flavonoides, especialmente a galangina. Por isso, pode-se utilizar a própolis para dor de garganta em forma de xarope ou spray bucal. Pode-se também usar a própolis para sinusite em forma de spray nasal. Além disso, pode-se usar a própolis verde para gastrite, uma inflamação na mucosa interna do estômago.
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Atividade antimutagênica
A substância isolada propolina apresentou potencial terapêutico contra células de câncer do pulmão. A própolis também tem atividade anticâncer devido à artepelina C, que possui citotoxicidade seletiva no melanona e glioblastoma. A fração oleosa de extratos de própolis apresenta potencial citotóxico ao glioblastoma, contra carcinoma de cólon e carcinoma de mama.
Atividade antioxidante
Além dos polifenóis, a própolis contém uma extensa gama de outros compostos com a propriedade de remover radicais livres em excesso de nosso organismo e assim, protegendo contra doenças como: doenças cardiovasculares; doenças reumáticas; doenças neurológicas; doenças psiquiátricas; envelhecimento precoce; neoplasias; osteoporose; diabetes e inflamação.
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Outras atividades farmacológicas
Em estudos com resultados promissores para tratamento da asma, modulação do crescimento tumoral em modelos experimentais. Atividade da própolis no sistema imunológico (aumentando a atividade lítica contra células tumorais, ativando macrófagos, estimulando anticorpos, etc.) Atividade cicatrizante, uso no combate a problemas dentários como formação de placa bacteriana dental, prevenindo e/ou controlando as cáries, a gengivite, problemas periodontais e/ou infecções causadas por diferentes agentes patogênicos, sem os transtornos do manchamento intenso dentário acarretado pelo uso prolongado da clorexidina.
Toxicologia e alergia: Quem não pode tomar própolis
Vários estudos indicam que a própolis apresenta baixa toxicidade inata, o que já era de se esperar, pois os flavonoides, seus principais constituintes, apresentam uma toxicidade muito baixa.
Estudos realizados na Rússia apontam que geralmente as pessoas alérgicas a picadas de abelhas também são alérgicas ao uso ou à aplicação de própolis, mel, geleia real e pólen.
A partir da revisão, não foi encontrado para a própolis brasileira nenhum estudo que aponte qualquer de seus componentes como agente alergênico.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Nome popular: Abelha
Família: Apoidea
Parte Utilizada: Resina
Composição Química: Resinas vegetais e bálsamos: 50%; cera de abelha: 30%; óleos essenciais: 10%; grãos de pólen: 5%. Além disso, flavonoides, vitaminas, enzimas e minerais (alumínio, cálcio, estrôncio, ferro, magnésio, silício, titânio, bromo e zinco).
Dosagem e Modo de Usar
Uso interno
Extrato Seco: 200 a 1.000 mg ao dia. Ingerir as cápsulas de preferência em jejum.
Extrato Alcoólico: 25 a 50 gotas até três vezes ao dia.
Bibliografia
http://www.biologico.sp.gov.br/uploads/docs/arq/V72_3/menezes.PDF
15805-Texto do artigo-64073-1-10-20110929.pdf
http://florien.com.br/wp-content/uploads/2016/06/PR%C3%93POLIS.pdf
MARCUCCI, M.C. Propolis: chemical composition, biological properties and therapeutic activity. Apidologie, v.26,p.83-99, 1995.