Ginkgo biloba L.
IDENTIFICAÇÃO
Família: Ginkgoaceae.
Nomenclatura popular: Ginkgo.
Parte utilizada/ órgão vegetal: Folhas.
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
Vertigem e zumbidos (tinitus) resultantes de distúrbios circulatórios, distúrbios circulatórios periféricos, como cãimbras.
CONTRAINDICAÇÕES
Contraindicado para menores de 12 anos, grávidas e a lactantes e pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico. Pacientes com coagulopatias ou em uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários devem ser cuidadosamente monitorados.
PRECAUÇÕES DE USO
O uso do G. biloba deve ser suspenso pelo menos três dias antes de procedimentos cirúrgicos. Deve ser evitado em pacientes que apresentam crises convulsivas, principalmente se essas estiverem relacionadas com o uso de preparações com Ginkgo biloba.
EFEITOS ADVERSOS
Podem ocorrer distúrbios gastrointestinais, cefaleia e reações alérgicas cutâneas (hiperemia, edema e prurido).Também foram relatados enjoos, palpitações, hemorragias e hipotensão. Casos de hemorragia subaracnoidea, hematoma subdural, hemorragia intracerebral, hematoma subfrênico, hemorragia vítrea e sangramento pós-operatório foram relatados em pacientes que faziam uso de G. biloba isoladamente.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A associação desse medicamento com anticoagulantes, antiplaquetários, anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) e/ou agentes trombolíticos pode aumentar o risco de hemorragias. Esse medicamento pode diminuir a efetividade dos anticonvulsivantes e pode alterar os efeitos da insulina, aumentando a sua depuração. Pode provocar mudanças no estado mental quando associado à buspirona ou ao Hypericum perforatum. Pode potencializar o efeito dos inibidores da monoaminaoxidase e pode aumentar o risco dos efeitos colaterais da nifedipina. Pode aumentar o risco de aparecimento da síndrome serotoninérgica quando associado aos inibidores da recaptação de serotonina e pode causar hipertensão arterial em uso concomitante com os diuréticos tiazídicos, segundo relato de caso. A associação desse medicamento com omeprazol pode acarretar diminuição de nível sérico do omeprazol. A associação com trazodona pode trazer risco de sedação excessiva. O uso concomitante de G. biloba pode aumentar os riscos de eventos adversos causados pela risperidona, como, por exemplo, priapismo. A associação com papaverina pode acarretar potencialização de efeitos terapêuticos e adversos. Se o medicamento for administrado concomitantemente com anticoagulantes (ex. Fenoprocoumon e varfarina) ou medicamentos antiplaquetários (por exemplo, clopidogrel, ácido acetilsalicílico e outros fármacos anti-inflamatórios não esteróides), o efeito pode ser influenciado.Os estudos disponíveis com varfarina não indicam que há uma interação entre varfarina e produtos de G. biloba, mas um acompanhamento adequado é aconselhável. Um estudo de interação com talinolol indicou que G. biloba pode inibir a P-glicoproteína intestinal. Isso pode dar origem a maior exposição dos fármacos marcadamente afetados pela P-glicoproteína no intestino, tais como etexilato de dabigatrano. Deve-se acompanhar a combinação de G. biloba e dabigatran. Não é recomendado o uso concomitante de preparações de G. biloba e efavirenz, pois há a diminuição plasmática por indução da atividade de CYP3A4.
TEMPO DE UTILIZAÇÃO
Não foram encontrados dados descritos na literatura consultada sobre o tempo máximo de utilização. O tempo de uso depende da indicação terapêutica e da evolução do quadro acompanhada pelo profissional prescritor.
SUPERDOSAGEM
Em caso de administração de quantidades acima das recomendadas, suspender o uso e manter o paciente em observação.
PRESCRIÇÃO
Fitoterápico somente sob prescrição médica.
PRINCIPAIS CLASSES QUÍMICAS
Flavonoides (derivados da quercetina, kaempferol e isorramnetina) e terpenolactonas (ginkgolídeos e bilobalídeos).
Fonte: Farmacopéia Brasileira 1° Edição - Memento Fitoterápico
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SEGUE MAIS INFORMAÇÕES
Ginkgo (Ginkgo biloba)
O Ginkgo é uma planta que está presente na Terra a vários milhões de anos. Existem fósseis de folhas de Ginkgo que foram encontradas juntamente com fósseis de dinossauros, e apesar da diversidade climática nestes últimos milhões de anos, o Ginkgo conseguiu resistir e ainda estar presente nos dias de hoje para nos auxiliar em nossa saúde e para nos encantar com sua beleza.
Arbórea de grande porte, pode atingir 20 a 30 metros de altura quando já está bem desenvolvida. As folhas são no formato de um leque, lembrando as folhas de avenca. Exemplares nativos ainda são encontrados em pequena quantidade nas florestas da China, desta forma estabeleceu-se este país como local de origem. Planta que acompanha as estações climáticas com verdadeiras apresentações de beleza e elegância. No início da primavera lança suas folhas em pequenos tufos, que crescem e ficam com coloração verde claro. No verão o verde fica com um tom mais escuro, e as folhas ficam mais resistentes. Já no outono, inicia-se uma alteração de cor impressionante, pois o verde começa a dar lugar para o amarelo, e já no final do outono as folhas ficam com coloração dourada, impressionante!
Terminando o ciclo, a planta entra no inverno e suas folhas caem, a planta se recolhe para suportar as adversidades do clima das regiões frias, iniciando-se o processo em que as folhas começam amarelar. Estas folhas é que são colhidas para a produção do medicamento, pois é o momento onde se encontram com o maior teor de flavonoides (classe de princípios ativos de interesse da planta).
Existem muitas histórias sobre o Ginkgo, mas seu plantio sempre esteve ligado a locais nobres. No Japão antigo, era plantado em templos budistas e na entrada de castelos dos senhores feudais. Quando a cidade de Hiroshima foi destruída pela bomba atômica, acreditava-se que demoraria muitos anos para a vegetação voltar a ocupar o terreno destruído, mas para espanto das pessoas os pés que ainda sobraram em poucos dias já estavam brotando, apesar de toda irradiação recebida. Depois deste fato os japoneses começaram a chamá-la de planta da vida, pois perceberam o quanto ela é resistente.
Não existe cultivo comercial no Brasil, portanto todo Ginkgo que utilizamos é importado. Atualmente é a planta mais comercializada no mundo, isto por que as pesquisas tem mostrado sua grande eficácia para uma série de doenças.
Afinal quais são as ações terapêuticas do Ginkgo?
Bem, Ginkgo é uma planta fantástica. Possui uma grande capacidade vasodilatadora periférica, sendo empregada com muito sucesso para a labirintite, zumbido no ouvido, tontura, perda da capacidade de reter informações, dores na perna, retenção de líquidos e até mesmo no tratamento da celulite. Também possui a capacidade de deixar o sangue mais fluido, previne a formação de trombo e é um excelente anti-oxidante. Também é utilizada no tratamento da doença de Alzheimer, propiciando uma significativa melhora no quadro clínico.
Como contra-indicação, recomenda-se interromper a utilização alguns dias antes de qualquer tipo de cirurgia, pois pode apresentar problemas de hemorragia. Em geral, é uma planta muito segura, e pode ser utilizada como preventivo de várias doenças, inclusive recebe a denominação de planta da Terceira Idade, pois apresenta excelentes resultados contra o envelhecimento. Enfim, um presente da natureza para nós, em uma idade avançada em que mais precisamos de carinho, atenção e cuidados.
Ademar Menezes Junior