Você já ouviu falar que a Garcínia emagrece? Entre muitos ingredientes naturais que podem servir de ajuda complementar nas metas de emagrecimento, a Garcinia cambogia é uma fruta muito citada. Mas será que é verdade? E será que os riscos para o fígado são reais? Neste artigo, desvendaremos os usos dessa planta e seus benefícios.
O que é Garcínia?
A Garcínia parece até fruta brasileira, mas a origem dela é distante: É uma fruta do Sudeste Asiático, de áreas tropicais. Na Costa do Malabar, na Índia, é conhecida como kudam puli; já o nome goraka é mais comum nas áreas em que se fala tamil na Índia e no Sri Lanka.
Vem de uma árvore que pode chegar até 12 metros de altura, com folhas verdes e brilhantes; e cresce tanto em áreas planas quanto áreas mais elevadas, em colinas, preferindo solos secos ou ocasionalmente inundados em margens de rios e vales.
O nome científico atual é Garcinia gummi-gutta, da família Clusiaceae. Mas, por muito tempo essa espécie foi conhecida pelo nome científico Garcinia cambogia, então é possível encontrar materiais que ainda façam referência a esse nome científico. O segundo termo é uma associação com o país Camboja (também escrito Cambodja), que também pertence ao Sudeste Asiático. Mas, aqui no Brasil, é mais comum encontrar produtos naturais dessa planta pelo nome Garcínia.
Trata-se de uma fruta que parece uma abóbora pequena, geralmente do tamanho de um tomate — porém, em tons esverdeados, chegando ao amarelo. Quando é seca ao sol, adquire uma cor preta intensa. Ela tem um sabor azedo e ácido, então não é popularmente consumida in natura, mas é um ingrediente muito presente na culinária da região e aparece em muitas receitas tradicionais do Sudeste Asiático, por exemplo na variação de curry tailandês, o kaeng som. A sua versão em pó é muito usada também em curries de peixes.
Além do uso culinário e medicinal da Garcínia, a goma da planta pode ser usada como verniz e a resina é transformada em pigmento de aquarelas.
Mas a maior promessa e interesse pela Garcínia se dá pela sua ação no emagrecimento. Isso foi popularizado após uma afirmação audaciosa de um famoso médico com programa de TV próprio, sobre a "capacidade fantástica" da Garcínia de emagrecer. Porém, ele foi levado à uma audiência por propagandas enganosas na indústria da dieta, por isso é necessário tomar cuidado com informações sem fontes confiáveis sobre a Garcínia e emagrecimento.
Será que a Garcínia emagrece mesmo ou tira vontade de comer doce? Existem diferenças no corpo entre o antes e depois de consumir esse fitoterápico? E será que realmente faz mal para o fígado?
Vamos entender mais sobre a Garcínia abaixo!
Garcínia: para que serve
A principal indicação da Garcínia é seu uso para tratamento de obesidade. Só não podemos esquecer que a obesidade é considerada multifatorial, abrangendo apetite, metabolismo lento, disfunções hormonais, questões psicoemocionais e até mesmo socioeconômicas!
E por isso, o tratamento inclui uma série de medidas: atividade física, alimentação saudável com déficit calórico, acompanhamento psicológico e um possível auxílio farmacológico. O auxílio farmacológico — ou seja, o uso de medicamentos, sejam naturais ou não — é um ponto bem sensível e que, assim como o restante de medidas adotadas, deverá respeitar as necessidades e características de cada paciente.
O uso de produtos naturais serve de estímulo de resultados positivos para pacientes aderirem melhor ao seu tratamento completo. Portanto, optar por fármacos não é errado, mas deve-se respeitar posologias e promover o restante de ações saudáveis. Vamos lembrar de traçar expectativas reais quanto ao seu efeito e manter o compromisso com um estilo de vida mais ativo, buscando alimentos mais nutritivos e saudáveis a longo prazo!
O emagrecimento é uma jornada de muitas ações e atendimento médico multidisciplinar. Se deseja saber mais informações sobre emagrecimento, confira nosso informativo: 7 dicas de emagrecimento saudável com plantas!
As partes utilizadas da Garcínia para uso medicinal são a polpa do fruto e sua casca. Seus componentes em geral são:
- Alcalóides
- Compostos fenólicos
- Ácidos orgânicos — destaque para o ácido hidroxicítrico
A Garcínia possui ações:
- Hipolipemiante
- Hipoglicemiante
- Anti-inflamatória (leve)
- Antioxidante
- Anticolinesterásica
- Diurética
- Laxativa
Ela é vendida na forma de cápsulas, tintura e um composto especial anti-doce com Gimena — que é utilizado para pingar na boca para diminuir a vontade de comer doces.
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E quais são as indicações de uso da Garcínia?
A Garcínia pode ser utilizada para:
- Auxílio na perda de peso/emagrecimento
- Controle de índices glicêmicos
- Controle de colesterol
- Melhora sensível de desconfortos intestinais (como constipação)
A ação anti-inflamatória da Garcínia não é suficiente para enquadrar esse fitoterápico como um anti-inflamatório indicado especificamente para dores inflamatórias. Caso essa seja a sua queixa, existem fitoterápicos mais indicados como a Canela de Velho (ver produto) e a Erva Baleeira (ver produto).
Dosagem usual recomendada
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Garcínia emagrece? Tira vontade de comer doce?
O Ácido hidroxicítrico (AHC) presente na Garcínia tem um mecanismo bem específico: este ácido inibe uma enzima que participa na conversão de carboidratos em gordura no nosso organismo (enzima ATP-citrato liase). Açúcares (carboidratos) não absorvidos são eliminados junto com a urina ou fezes, regulando índices glicêmicos.
Desencadeia-se também sinalizadores para supressão de apetite. Portanto, além de inibir a síntese de gordura, também há redução de apetite.
Existem estudos avaliando efeitos da Garcínia sobre a serotonina, mas os mecanismos não foram ainda elucidados e por isso esse ponto ainda é debatido. Mas, vale dizer que a regulação de serotonina também auxilia a sensação de saciedade e a diminuição da compulsão alimentar.
Muitas pesquisas sobre esse fitoterápico envolvem experimentos in vitro e in vivo com roedores; ensaios clínicos ainda necessitam de mais pesquisas para avaliar melhor como a Gargínia age no corpo humano, pois nem toda pesquisa obteve o mesmo resultado — por exemplo, considera-se o efeito placebo e nem todos as pesquisas captaram melhora de colesterol, embora ele seja também um tipo de gordura.
A Garcínia ainda é uma possível aliada para metas de emagrecimento, mas reforça-se a necessidade de respeitar as posologias e continuar com o restante de ações saudáveis! As comprovações da Garcínia são limitadas e os resultados podem variar de pessoa para pessoa.
Garcínia: efeitos colaterais e contraindicações
Como qualquer outro fitoterápico, a Garcínia necessita de cuidados de consumo. Efeitos colaterais, quando ocorrem, variam entre náusea, vômitos, diarreia, dor de estômago, dor de garganta e boca seca. Esses efeitos são associados ao consumo exagerado e/ou prolongado desse fitoterápico (consumo superior a 12 semanas).
O pior efeito colateral possível da Garcínia é seu impacto no fígado, que é sentido através de sintomas clássicos, como dores no abdômen, fezes claras e urina escura, pele amarelada. Em caso de sintomas negativos do tipo, é necessário interromper o uso de Garcínia e procurar atendimento médico.
A hepatotoxicidade da Garcínia precisa de mais estudos e não é tão comum, mas já se encontram casos de danos ao fígado associados a esse fitoterápico.
Lembre-se de buscar orientação profissional para uma indicação correta e manter o uso de acordo com a posologia recomendada!
- Não recomenda-se Garcínia a gestantes ou lactantes. Portanto, se você pensa em engravidar ou está na fase de amamentação do seu bebê, não utilize Garcínia.
- Não é recomendado para pacientes hipersensíveis ou alérgicos aos seus componentes.
- Não é recomendado para crianças.
- Não recomenda-se o uso concomitante com demais medicamentos, pois a Garcínia pode alterar a forma como o fígado processa os fármacos. Não utilize Garcínia enquanto usar remédios para diabetes, antibióticos, remédios para pressão e/ou colesterol, antidepressivos ou fármacos para disfunção erétil.
- Mantenha a atenção quanto aos seus níveis glicêmicos, mesmo que você não tenha diabetes. Pelas ações hipoglicemiantes, a Garcínia baixa a glicose e pode levar a sintomas de hipoglicemia.
Garcínia: preço e onde comprar
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Referências
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0367326X15000544
https://link.springer.com/article/10.1007/S11739-018-1880-4
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5143754/
https://www.vox.com/2014/8/25/6063521/dr-oz-lies
https://www.healthline.com/nutrition/garcinia-cambogia-weight-loss#what-it-is
https://www.healthline.com/health/food-nutrition/things-you-didnt-know-about-garcinia-cambogia#1
https://www.politico.com/news/magazine/2021/12/01/dr-oz-senate-campaign-523562
https://en.wikipedia.org/wiki/Garcinia_gummi-gutta