Nativo da Índia e da Ásia Menor, desde a Antigüidade popular como especiaria, erva medicinal e tempero, o feno-grego, ou trigonela, hoje é cultivado em quase toda a Bacia do Mediterrâneo, na Índia, no Paquistão, no Marrocos e na Argentina. Seu nome em latim,foenum-graecum, significa “feno-grego”; já o nome trigonela faz referência à forma triangular de sua flor amarelo-pálida. Seus grãos eram usados picados pelos gípcios, no unguento que preparavam para embalsamar os mortos. Ainda no antigo Egito, as mulheres cozinhavam o Feno Grego em leite, dando maciez e frescor à pele quando friccionada.
Na Índia, onde o seu uso é muito freqüente, os grãos, depois de tostados, são usados no cozimento de legumes ricos e feculentos, passando um leve sabor amargo e um cheiro pronunciado. Grãos germinados podem ser comidos como salada. Para fazer o cemen, especialidade usada na culinária dos povos que habitam a Capadócia, mistura-se feno-grego moído na hora com pimentões vermelhos e alho.
Conheça nossas opções para consumir o Feno Grego.
Foram os antigos gregos que acharam por acaso uma semente curativa no monte de feno. Conta a história que os agricultores gregos, na esperança de tornar seu feno, embolorado e rançoso, mais palatável para seus cavalos, temperavam a coisa com punhados de uma plantinha verde que tinha cheiro de aipo. Os animais doentes, principalmente aqueles com estômagos inflamados e intestinos irritados, logo mostravam sinais de estarem melhores e passavam a ter bom apetite. Espalhou-se que aquela mistura de plantas era a melhor maneira de levar uma vaca ou cavalo ao feno e fazer com que comessem. Logo, a mistura de feno veio a ser chamada Greek hay, que quer dizer feno grego, que mais tarde ficou consagrado o nome: feno grego (fenugreek). Não levou muito tempo para que os doutores começassem a separar a planta para descobrir o que a fazia tão atraente. Quando retiraram as sementes carnudas da planta de sua vagem estreita e as mergulharam na água, as sementes se tornaram pegajosas e grudentas. Talvez, pensaram os doutores, essas sementes façam a mesma coisa quando atingem o estômago e talvez, só talvez, devam suavizar e curar os tecidos inflamados. Nada de talvez. As sementes do feno grego fazem exatamente isso e muito mais. De fato, as pesquisas posteriores demonstraram que essa sementinha tem alguns dos usos mais diversos sobre a face da terra. Um dos principais usos do feno grego é como limpador eficiente da zona de excreção. Essa zona inclui os sínus, os pulmões, os rins e os intestinos. Muitas doenças agudas e crônicas são agravadas por uma zona excretora obstruída. Doenças relativas a problemas respiratórios (tal como a bronquite crônica), além da diverticulite e da prisão de ventre, foram relacionadas com uma ou mais dessas áreas obstruídas pelo muco tóxico e pesado.
Indicações e Ações Farmacológicas: O Feno Grego é indicado nas anemias, na perda de peso, nas dispepsias hiposecretoras, na obstrução intestinal, na gastrite e na diabete.
Topicamente é usada na acne, nas faringites, nos eczemas, nos furúnculos, vulvovaginite, abscessos (PR, 1998).
Apresenta ação emoliente pela presença de mucilagens dentre seus constituintes.
Aumenta o apetite e é indicado como coadjuvante em tratamentos onde queira o aumento de peso do paciente. É digestivo, antianêmico, hipoglicemiante suave, hepatoprotetor, anti-inflamatório e antisséptico (PR, 1998).
Toxicidade/Contra-indicações: Devido à droga reduzir a absorção intestinal dos glicídios, é necessário que haja um controle da glicemia e as doses de insulina nos pacientes com diabete insulinodependentes (PR, 1998).
É contra-indicado o uso na gravidez, devido à presença de cumarinas e alcalóides.
Por: Eliza Harada