Nome Científico: Taraxacum officinalis
Familia: Compositae (Asteraceae)
Histórico e Curiosidades: Seu nome vem do grego e significado "comestível". Também conhecido como chicória silvestre, amargosa, salada-dos-pobres, alface-de-cão entre outros. Planta muito difundida pelo mundo afora, mas parece que sua origem é tido como do norte da Europa. Médicos antigos já utilizavam esta erva, inclusive o próprio Avicena, médico árabe muito famoso na época e muito importante pelos escritos que deixou. No Brasil é encontrada em jardins, em locais onde existem condições favoráveis para sua proliferação, como terra rica, matéria orgânica e umidade. Produz uma flor amarela muito importante como pasto apícola, pois suas flores são muito ricas em néctar.
Botânica: Planta de pequeno porte, anual, se multiplica por sementes ou por divisão de touceiras. Suas folhas são amargas, de bordo invaginante, um pouco latescente, e de verde claro. Suas flores são douradas, e suas sementes possuem uma estrutura que facilita a dispersão pelo vento. Sua raiz é pivotante. Prefere climas amenos a frio.
Cultivo e Colheita: No Brasil não existe cultivo comercial do dente-de-leão, sendo estes cultivos comerciais realizados mais em paises europeus. O cultivo de uma forma geral tem se mostrado complicado em condições do estado de São Paulo. Semeia-se diretamente no canteiro definitivo ou semeia-se em sementeira e faz-se o transplante. Planta-se preferencialmente em canteiros para facilitar a colheita. Deve-se dar preferencia para semear no canteiro direto ou transplantar no outono em nossa região, pois como prefere clima mais frio, tem-se um crescimento muito melhor. Colhem-se as folhas como se colhe almeirão plantados em canteiros. Quando colher as raízes estas devem ser lavadas e picadas para secar.
Parte Utilizada: Praticamente a planta toda. Preferencialmente colhe-se as folhas primeiro, e depois pode-se colher as raízes se tiver mercado.
Princípios Ativos: Muito rica em sua composição. Possui flavonoides, substâncias amargas (taraxacina, lactopicrina, taraxerina), inulina ( de 1,5 a 3%), taraxacosídeo, substâncias esteroidais (b-sitosterol, estigmasterol), lactonas sesquiterpênicas (folhas), derivados terpênicos (taraxasterol, taraxerol, b-amerina), ácidos (cafeico, clorogênico e cítrico), minerais (principalmente potássio, ferro, silício, magnésio, manganês, cobre, fósforo e zinco), livulina, pectina, saponinas, taninos, ácidos graxos (oléico, linolênico, linoléico, palmítico), resinas, vitaminas (A,B,C,D), endesmanolídeos, carotenóides (taraxantina).
Ação Farmacológica e Indicações: No sistema digestório, age como hepatoprotetora, colagoga (aumenta a secreção biliar em até 40%), tratamento das vias biliares, calculose biliar (preventivo e curativo), muito empregada nas hepatites, corrige a hipoacidez gástrica, aftose de repetição, antidiarréica (principalmente nas diarréias agudas infecciosas ou por intolerância a alimentos gordurosos), favorece a eliminação de catabólitos via biliar e por isso considerado um depurativo biliar, discinesia biliar (vesícula preguiçosa), anorexia por atonia digestiva, quadro de cólon irritável e retocolites (alivia a dor, a diarréia e a obstipação). Em dermatoses em geral, como furunculoses, abcessos, erisipela, urticária, psoríase, eczemas crônicos, celulite. Nestes casos pode ser utilizada interna ou externamente. A seiva leitosa serve para casos de verrugas e calosidades. Fortalece o tecido conjuntivo de sustentação e pode ser indicado em casos de artrites reumatoides. Possui ação diurética, preservando o equilíbrio eletrolítico, garantindo a reposição do potássio. Coadjuvante no tratamento das patologias urinárias e tumores da bexiga. Tmabém age como hipoglicemiante no diabete, coadjuvante no tratamento da obesidade, aumenta a excreção e metabolização de ácido úrico e uréia, auxiliar nas dislipidemias (colesterol elevado). Aumenta a produção de leite materno. De forma geral age como desintoxicante, mineralizante, antioxidante, moderada ação antiinflamatória, ação antiviral suave, bactericida (conjuntivites, cistites) e antianêmico.
Efeitos Colaterias: Praticamente não existe contra indicação no uso do dente-de-leão, mas não se recomenda usar em casos de obstrução de vias biliares. Pode provocar hiperacidez gástrica nos pacientes predisponentes, evitar o uso em casos de úlceras gástricas.
Ademar Menes Junior