Como surgiu a Fitoterapia? Entenda os benefícios e a ciência das plantas medicinais

Você gosta de plantas, mas entende o que é fitoterapia? Sabe se ela é eficaz? No informativo deste mês, a Oficina de Ervas vai te explicar como surgiu a fitoterapia — a inspiração para o surgimento da nossa farmácia fitoterápica! Entenda todos os benefícios baseados em evidências da natureza.

 

Se você já quiser saber quais são os primeiros fitoterápicos a entrar na sua vida, clique aqui!

 

Para quem não sabe, 2025 é um ano comemorativo para a Oficina de Ervas: nossa farmácia completa 25 anos e, por isso, nossa seção de informativos será ainda mais especial

Afinal, não é qualquer empresa que atravessa todos esses anos quando são pioneiras, ainda mais na área da saúde. Hoje, a Oficina de Ervas é referência não apenas de produtos de qualidade, como também de atendimento e compartilhamento de informações confiáveis. Somos reconhecidos no país inteiro. Mas nem sempre foi assim! Lá atrás houve muito desencorajamento de terceiros justamente por causa dos nossos diferenciais: somos uma farmácia única e não trabalhamos com fármacos controlados.

Mas não é necessário trabalhar só com medicamentos comuns para oferecer saúde. A saúde pode vir da natureza também!

A Oficina de Ervas trabalha há 25 anos para deixar o acesso ao conhecimento sobre plantas público e enaltecer a validação científica de saberes populares, como de raizeiros e raizeiras no Brasil.

E nesse primeiro informativo, vamos começar do começo: falaremos de como surgiu a fitoterapia e como ela se consolida no nosso país!

 

O que é fitoterapia?

Amar plantas e aproveitar benefícios medicinais de ervas é sempre muito bom, mas não bastam esses pontos para definir a Fitoterapia. E até mesmo a Anvisa já diferencia isso!

As plantas medicinais são aquelas espécies de plantas reconhecidas por aliviar e tratar questões de saúde e, geralmente, já tem grande tradição de uso pela população que está em contato com tais plantas. Elas contém inúmeras substâncias que, junto com seu uso correto, produzem o efeito medicinal desejado. Geralmente, elas têm inúmeros nomes populares devido às diferentes regiões onde são conhecidas — o que pode causar certa confusão com nomes ou plantas semelhantes. Por isso, usa-se o nome científico para identificar ou confirmar corretamente a planta que se quer usar.

Já os Fitoterápicos são medicamentos feitos a partir dessas plantas medicinais. Isso abrange cápsulas, comprimidos, pomadas, xaropes... E são compostas tanto por plantas (e/ou derivados de plantas) e demais elementos para compor a formulação, justamente para melhorar a nossa aderência ao tratamento. Há diversas formas farmacêuticas para deixar nossos cuidados com a saúde mais simples e eficazes.

 

Fitoterapia é pseudociência?

Não! A Fitoterapia vem a partir de estudos farmacológicos de compostos fitoquímicos das plantas. Isso significa pesquisar com rigor científico os recursos botânicos e seus potenciais efeitos no corpo humano, inclusive quando há efeitos negativos, efeito mínimo e nenhum efeito. Ou seja, Fitoterapia é baseada em evidências. Quando você compra um fitoterápico, é porque existe um efeito interessante à saúde humana daquela planta em questão. E mesmo sendo natural, pode também ter efeitos colaterais.

A Fitoterapia faz parte sim das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) do SUS, que o nome indica: são complementares. O Sistema Único de Saúde deve continuar recebendo investimentos para ofertar atendimento de qualidade para toda a população, incluindo fármacos e tratamentos convencionais. Práticas complementares não substituem a medicina convencional e sim agregam!

Mas há críticas justas às essas PICS quando elas tomam o papel principal no SUS, ainda mais quando são sustentadas em teorias não-mensuráveis, como "energias". Não é o caso da Fitoterapia.

 

Quais cuidados devo ter com Fitoterapia?

Não vale extrapolar só porque você prefere plantas! A Fitoterapia é uma área de estudo e tem grande potencial aqui no Brasil devido à nossa grande biodiversidade. Ainda assim, atente-se:

 

Conhecimento tradicional x Ciência

E aí, como surgiu a Fitoterapia? Quem percebeu que plantas tinham esse potencial todo? Como é o desenvolvimento de fitoterápicos? Todas essas perguntas são simples, mas suas respostas envolvem pontos bem abrangentes — e nós vamos nos esforçar para resumir.

Para começo de conversa, a relação do ser humano com as plantas é milenar. Desde que existimos como espécie, estamos interagindo com plantas tanto para fins nutricionais quanto para fins medicinais e até espirituais. A nossa história com as plantas é basicamente a relação do ser humano com o ambiente ao seu redor e noções de causa e consequência: comer isso me sacia, comer aquilo me faz bem, ingerir aquela outra planta me aliviou de tal sensação. Mesmo sem recursos tecnológicos que temos hoje, o ser humano conseguiu estabelecer relações entre as plantas e seus efeitos, transmitindo conhecimentos oralmente. Depois, a transmissão de conhecimentos passou a ser por escrito!

Toda cultura estabelece esses conhecimentos tradicionais — e toda cultura acaba formando laços com outras culturas e conhecimentos. É por isso que hoje, aqui no Brasil, se fala também de Medicina Tradicional Chinesa, Ayurvédica... Aliás, muito do que se consome hoje nem é nativo do nosso país, por exemplo a Camomila.

E muito da nossa flora também foi explorada por colonizadores, durante a invasão européia.

Há marcos importantes na história das Plantas Medicinais e Fitoterapia, principalmente quando estamos falando de épocas em que já há a escrita e a preservação de textos. Podemos falar de Dioscórides, com a obra De materia medica, que foi grande fonte de conhecimento sobre medicina, incluindo descrições de 600 plantas; podemos falar do Shen Nong Ben Cao Jing na China que é ainda mais antigo e com outras variedades de plantas, ou então vamos ao Egito para conferir o Papiro de Ebers...

E é claro, a Fitoterapia se forma junto com os avanços científicos da Farmácia, pois como falamos antes, a Fitoterapia se consolida como medicamentos feitos a partir de plantas, passando aí por pesquisas.

Essas pesquisas, além de considerar aspectos farmacológicos, toxicológicos, bibliográficos e até agronômicos (e muito mais), também envolvem estudos etnobotânicos. Isso significa que é considerado o saber popular de determinadas plantas sobre o corpo humano. Envolve, portanto, a valorização de saberes tradicionais no mundo inteiro, incluindo no Brasil com diversos povos originários em biomas diferentes. Mas o desenvolvimento de Fitoterapia, em conjecturas ideais, não deve significar a exploração predatória de biomas e banalização de conhecimento tradicional, mas sim cooperação, autonomia e empoderamento de povos nativos.

Com esses conhecimentos, há o mapeamento de plantas de interesse para o desenvolvimento de fármacos naturais. Assim, essas plantas são estudadas com rigor científico, idealmente com fases clínicas, a fim de conferir os efeitos delas no nosso organismo. Tudo avança até o lançamento de fitoterápicos, incluindo na nossa farmácia fitoterápica, a Oficina de Ervas!

 

Benefícios da Fitoterapia

Trazer a natureza para mais perto da nossa rotina é sempre uma boa ideia, mas quais são os benefícios da fitoterapia? Calma, dá para enumerar pontos principais para valorizar ainda mais os fitoterápicos:

"Ah, mas os fitoterápicos não são mais fracos?". Hora de esclarecer essa afirmação!

De fato, o fitocomplexo de plantas em geral têm efeitos mais suaves que alopáticos, ainda mais quando não estamos falando de princípios ativos extraídos. Isso não significa que são menos eficazes, pois a recomendação de fitoterápicos (e alopáticos também!) segue um raciocínio: Sua idade, peso, questão a ser tratada, estilo de vida e histórico de saúde são levados em consideração.

Assim como medicamentos convencionais, a concentração, forma farmacêutica e posologia de fitoterápicos varia de acordo com paciente e se o objetivo é tratar, prevenir ou se é uma intervenção de manutenção.

Para dar um exemplo ainda mais prático, acompanhe a lógica: um paciente com esteatose hepática ainda no início pode começar a tomar o Cardo Mariano e investir em mudanças no estilo de vida antes de seguir para a Silimarina. Mas se esse mesmo paciente já estivesse em estágios avançados e ainda passasse pela dificuldade, por exemplo, de largar o alcoolismo, a Silimarina seria mais indicada — já que ela é o princípio ativo do Cardo Mariano e esse paciente tem um vício que dificulta a melhora do fígado.

Ou então alguém que tem problemas leves para dormir pode apostar em chás com plantas medicinais, cujos efeitos serão ainda sensíveis — e que não vão interferir na atenção plena da pessoa no dia seguinte. Mas quem tem insônia, além de investir em melhorias na rotina de sono, investirá também em fitoterápicos mais específicos e formas farmacêuticas mais práticas, como cápsulas e tinturas.

Já que falamos que fitoterápicos não substituem a Medicina Convencional, é fácil concluir que você pode buscar orientações médicas a qualquer momento, com profissionais que podem sugerir associações de fitoterápicos e alopáticos, ou então a substituição para um alopático mesmo a depender da questão.

Assim como não é interessante para ninguém a desvalorização da Fitoterapia responsável pela Medicina Convencional, a Fitoterapia não tem como objetivo vilanizar alopáticos e a Medicina baseada em evidências. O propósito é sempre oferecer mais saúde de forma segura a cada paciente!

 

Como começar na Fitoterapia?

Você já parou para pensar como você começa a se cuidar com a natureza, além de colocar vegetais na sua alimentação? Como é usar as plantas medicinais no dia a dia? Na realidade, é bem comum a nossa história com a fitoterapia começar logo cedo, com chás bem diluídos para crianças e depois com xaropes.

Relembre as primeiras plantas que temos contato na vida:

Viu só? As plantas medicinais surgem cedo na nossa vida e nós podemos seguir com os benefícios da Fitoterapia no restante da nossa jornada.

Esperamos que tenha gostado desse informativo tão especial em Janeiro — e se prepare para mais conteúdos comemorativos dos 25 anos da Oficina de Erva! Este texto foi preparado com muito carinho e esperamos que a leitura tenha sido útil para você se cuidar melhor. Fitoterápicos podem te ajudar, mas não se esqueça de outras medidas para manter a saúde em dia. Procure o apoio de profissionais da área da saúde e cuide-se com muito zelo, sabendo que você também pode contar com o auxílio da Oficina de Ervas!

Em caso de dúvidas, você pode falar com nossos fitoterapeutas, clicando aqui.

 

Referências

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/medicamentos/publicacoes-sobre-medicamentos/orientacoes-sobre-o-uso-de-fitoterapicos-e-plantas-medicinais.pdf

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/praticas_integrativas_complementares_plantas_medicinais_cab31.pdf

https://www.scielo.br/j/qn/a/xKJp5JFgRDh7wbsfLD5kKVR/

https://www.revistaquestaodeciencia.com.br/artigo/2020/06/12/por-que-criticar-medicinas-alternativas

https://www.comciencia.br/dossies-1-72/reportagens/fito/fito2.htm

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/pnpic_fitoterapia.pdf

https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sectics/plantas-medicinais-e-fitoterapicos/ppnpmf/renisus

https://en.wikipedia.org/wiki/Medicinal_plants

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