Muita gente já conhece uma condição popularmente chamada de fígado gordo, mas você sabe a diferença entre cirrose e hepatite? É hora de aprender e se cuidar! No informativo deste mês, a Oficina de Ervas vai te explicar como cuidar desse órgão e quais são os aliados naturais nessa jornada.
Se você já quiser saber quais são os fitoterápicos indicados para o fígado, clique aqui!
Quando falamos do fígado, é mais comum as pessoas se preocuparem com a esteatose hepática, também conhecida como fígado gordo ou só como gordura no fígado. Nós já conversamos sobre esse assunto no nosso informativo “Gordura no Fígado: É grave? Veja sintomas e 4 opções de tratamento natural” que você pode ler clicando aqui.
Hoje, vamos falar de outras palavras que assustam: cirrose e hepatite! Assim, será mais fácil entender a diferença entre as duas e se cuidar melhor. Vamos lá?
O que é Hepatite?
Quando falamos de qualquer hepatite, estamos falando sobre inflamação do fígado — mas as causas são variadas! E são causadas geralmente por vírus. São 5 tipos de Hepatites, embora somente algumas sejam mais comuns no Brasil.
Hepatite A
Transmitida por água ou alimentos contaminados. Não gera muitos sintomas, mas quando surgem, são clássicos: febre, pele e olhos amarelados, vômitos, náusea constante e alterações na cor de urina e fezes. Detectada por exame de sangue e não tem tratamento específico, e sim, controle de sintomas. Geralmente o paciente reage sozinho. Há vacina para prevenir Hepatite A, mas o ideal é manter um bom saneamento nas cidades e higienização na cozinha, incluindo água e alimentos.
Hepatite B
Transmitida por via parental, sangue e também sexualmente. Também não gera muitos sintomas, mas podem surgir: febre, pele e olhos amarelados, vômitos, náusea constante, cansaço e alterações na cor de urina e fezes. Esses sinais surgem geralmente 6 meses após infecção. É detectada por exame de sangue e não tem cura, então o tratamento tem como objetivo reduzir o risco da progressão da doença. Há vacina para prevenir Hepatite B, que deve ser administrada já na maternidade. Para quem não tomou, é possível se vacinar adulto. Previna-se também! Use preservativos e não compartilhe itens de higiene pessoal (lâminas, escovas de dente, alicates). Caso faça tatuagens e piercings, confira a segurança do local.
Hepatite C
Transmitida por via parental, sangue e também sexualmente. Apresenta sintomas principalmente na fase crônica, mais grave: febre, pele e olhos amarelados, vômitos, náusea constante, cansaço e alterações na cor de urina e fezes. É detectada por exame de sangue e não há vacina, então o tratamento tem como objetivo reduzir o risco da progressão da doença. Mas há cura. Previna-se também! Use preservativos e não compartilhe itens de higiene pessoal (lâminas, escovas de dente, alicates). Caso faça tatuagens e piercings, confira a segurança do local.
Hepatite D
Esse tipo de Hepatite está associada com o vírus da Hepatite B, ou seja, ocorre somente em pessoas que já estejam infectadas pelo vírus da Hepatite B. Podem ser populações de risco, que fazem uso de drogas injetáveis, e pacientes que também fazem uso de fármacos injetáveis. É mais rara e detectada por exame de sangue. Também não gera muitos sintomas, mas eles podem surgir: febre, pele e olhos amarelados, vômitos, náusea constante, cansaço e alterações na cor de urina e fezes. Não há vacina e não há cura, então o tratamento tem como objetivo reduzir o risco da progressão da doença.
Hepatite E
Transmitida pela água contaminada. Não gera muitos sintomas, mas quando surgem, são clássicos: febre, pele e olhos amarelados, vômitos, náusea constante e alterações na cor de urina e fezes. Detectada por exame de sangue e não tem tratamento específico, e sim, controle de sintomas. Geralmente o paciente reage sozinho. É semelhante à contaminação da Hepatite A, mas é rara no Brasil e aparece mais em países da Ásia.
Como deu para perceber, os sintomas são mais presentes em fases agudas da doença e a vacinação é fundamental, já que há tipos de hepatite sem cura. Se você tem contato constante com objetos cortantes, muita atenção! Todos devem ter a vacinação em dia, mas profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, técnicos, farmacêuticos) e profissionais de estética (esteticistas, tatuadores, aplicadores de piercing, manicures, pedicures) têm contato frequente com uma possível contaminação e devem priorizar sua saúde — também evitando a transmissão para demais pessoas.
Gestantes e lactantes, também confiram se estão com a vacinação atualizada e preparem seus bebês para se vacinar!
Outro lembrete: O amarelado em bebês pode ocorrer após um dia de vida e, em geral, desaparece no décimo dia. Isso não necessariamente indica infecção por algum vírus da Hepatite, nem doenças no fígado: pode ser apenas Icterícia, uma limitação do fígado do bebê ao processar a bilirrubina no sangue, então a pele fica mais amarelada. Na maternidade, caso o bebê apresente esses sintomas, profissionais da saúde cuidarão para que ele receba os tratamentos adequados, como fototerapia, para dar a devida assistência nesses primeiros dias de vida do bebê.
Outros tipos de Hepatite
- Hepatite congênita - pode ser geneticamente herdada;
- Hepatite autoimune - decorrente de alterações no sistema imunológico, sendo rara;
- Hepatite alcoólica - por excesso de consumo de bebidas alcóolicas durante longos períodos;
- Hepatite medicamentosa - por excesso de uso em quantidade e/ou período de tempo de fármacos, suplementos e até insumos vegetais;
- Esteato-hepatite - por excesso de gordura no fígado;
O que é Cirrose?
Agora, vamos falar sobre a Cirrose. Ela é frequentemente associada ao alcoolismo, mas não é somente o álcool que pode danificar o fígado até desenvolver-se uma cirrose.
O fígado é um órgão com a capacidade natural de se regenerar, mas existem lesões graves e contínuas que sobrecarregam esse órgão e comprometem essa regeneração. A Cirrose é o ponto em que há células destruídas no fígado ou que já não funcionam do jeito que deveriam. O órgão forma cicatrizes, fibroses e nódulos.
Como isso ocorre?
Com essas lesões repetidas e contínuas, seja pelo abuso de substâncias ou inflamações ocasionadas por doenças como a hepatite, o fígado tenta regenerar tecidos danificados de si mesmo. Isso forma tecido cicatricial, o que pode ser chamado também de fibrose hepática. Esse tecido não desempenha função alguma — podendo sobrecarregar outras partes do órgão que não tenham sido danificadas ainda.
Essa fibrose, quando grave, forma faixas de tecido cicatricial pelo fígado, o que prejudica a regeneração e o funcionamento desse órgão. É a Cirrose, que até o momento não tem cura e reduz as funções do fígado. Isso gera um efeito cascata que afeta uma variedade de pontos na saúde, incluindo absorção de vitaminas, eliminação de toxinas pelo corpo e controle de pressão arterial.
Entre as causas comuns de Cirrose, estão:
- Consumo excessivo e por tempos prolongados de bebidas alcóolicas
- Consumo excessivo e por tempos prolongado de fármacos sem o devido acompanhamento
- Doenças virais, em destaque as hepatites B e C
- Esteatose hepática, que pode evoluir para esteato-hepatite
- Outras causas específicas, como colestase crônica, tumores nas vias biliares, doenças autoimunes, doença de Wilson e síndrome de Budd-Chiari
No início, a Cirrose não apresenta muitos sintomas. Mas, por ser uma doença progressiva, evolui e os sintomas começam a aparecer:
- Fadiga
- Fraqueza
- Perda de peso
- Olhos e pele amarelada
- Sangramentos gastrointestinais com dor abdominal
- Alterações na cor de urina e fezes
- Inchaço abdominal
- Confusão mental
A Cirrose, se não tratada, pode progredir para casos realmente graves e levar à morte. Antes disso, profissionais da saúde fazem o possível para garantir o melhor tratamento e, se for necessário, é recomendado transplante do fígado.
Diferença entre Cirrose e Hepatite
Para resumir, Hepatite é a inflamação do fígado, geralmente associada a causas virais (embora possa ter outras causas). Não implica necessariamente na destruição de tecidos do órgão, mas pode evoluir para esse ponto se não for tratada — gerando a Cirrose, que é bem preocupante.
Hepatite e Cirrose tem cura? Prevenção?
Há debates sobre possíveis soluções para Hepatite e Cirrose, mas por enquanto não há cura.
Conforme já comentamos nos tópicos anteriores, hepatites A, C e E tem cura. Mas a Hepatite B e D não. Você pode se vacinar para prevenir Hepatite A e B!
A Cirrose também não tem cura, mas é possível se prevenir cuidando da sua saúde (alimentação, atividades físicas, distância de álcool) e também investindo na vacinação — que vai evitar hepatites e a evolução para quadros de Cirrose.
Outras medidas para cuidar do fígado, caso você tenha contraído hepatite/cirrose ou não, é cuidar da alimentação, evitar abuso de substâncias (fármacos, álcool) e investir em atividades físicas.
Tratamento de Hepatite e Cirrose
O tratamento para hepatite depende do tipo de hepatite que foi contraída. Geralmente Hepatite A e E desaparecem sem muitas intervenções, mas os restante das hepatites (B, C, D) necessitam de atenção específica e acompanhamento constante, incluindo tratamentos com antivirais em certos casos e a precaução de não favorecer a transmissão para outras pessoas.
Caso você tenha alguma hepatite, verifique com profissionais da saúde o tratamento específico para o quadro de saúde. Por exemplo, uma hepatite autoimune será tratada de um jeito bem diferente de uma hepatite alcoólica.
Já os tratamentos de Cirrose também envolvem vacinação contra hepatites para proteger o fígado de danos adicionais/progressivos que venham acontecer. Mas há especificidades de acordo com as causas da Cirrose no paciente; por exemplo se é relacionada à esteatose, alcoolismo, abuso de fármacos...
Também recomenda-se cuidadoso acompanhamento médico para avaliar causas e tratamentos específicos para a Cirrose. Outras complicações da Cirrose, como deficiência de vitaminas ou até acúmulo de líquido no abdômen, devem ser analisadas e tratadas individualmente.
No geral, recomenda-se não favorecer condições que prejudiquem o fígado:
- Não abusar de substâncias (por isso, sempre utilize fármacos e suplementos conforme orientações médicas)
- Manter alimentação equilibrada (menos gorduras saturadas, carboidratos refinados e alimentos ultraprocessados)
- Evitar álcool
- Investir em atividades físicas
- Boa hidratação diária
Fitoterapia para a saúde do fígado
A boa notícia é que é possível tratar do fígado antes de evoluir para uma situação mais grave. E, melhor ainda, é possível fazer isso com vários tipos de opções naturais e mudanças no estilo de vida. Confira a lista abaixo:
- Cardo Mariano (Silimarina) — A silimarina é o princípio ativo extraído do fruto do Cardo Mariano, mas muitas vezes as pessoas usam seus nomes de forma intercambiável. A silimarina tem uma alta atividade anti-hepatotóxica, ajudando a proteger o fígado, pois estimula a proliferação de células desse órgão. (ver produto)
- Eclipta (Erva Botão) — Essa é outra planta que pode auxiliar na desintoxicação do fígado e nos tratamentos de cirrose e hepatite. Há estudos que investigam o efeito hepatoprotetor dessa planta através de cumestanos em sua composição. Outro ponto positivo da Eclipta alba são os relatos de pacientes que contaram com sua atividade hepatoprotetora durante tratamentos quimioterápicos. (ver produto)
- Picão Preto — O Picão também apresenta propriedades hepatoprotetoras capazes de ajudar no tratamento do fígado, entrando no tratamento de esteatose, hepatite e cirrose. Seus benefícios para a saúde do fígado é tal que a Anvisa recomenda seu uso medicinal no tratamento de icterícia e úlceras. (ver produto)
- Alcachofra — Além de sua flor ser um prato delicioso na culinária, a Alcachofra é conhecida por sua ação protetora no fígado e auxilia no controle do colesterol. Sua folha pode ser usada como desintoxicante em casos de indigestão ou no mal-estar causado por alta ingestão de álcool. (ver produto)
- Carqueja — Ela é empregada em casos de problemas digestivos e hepáticos, muito comuns em casos de alimentação mais pesada e consumo de álcool — gerando aquela sensação de empanturramento e gases. Também ajuda a reduzir o colesterol, pois estimula a produção de bile. (ver produto)
- Dente de Leão — Há componentes do Dente de Leão que aumentam a secreção de sucos salivares e gástricos, também estimulando a liberação de bile. Por isso, o Dente de Leão tem essas indicações de uso muito relacionadas: com a melhora da produção de bile e funcionamento do fígado, as gorduras e resíduos no corpo são metabolizados bem — isso ainda sem mencionar a melhora da digestão. (ver produto)
- Boldo do Chile — Essa erva de gosto amargo e marcante ajuda a desintoxicar o fígado e promove sua proteção, aumentando a produção de bile também. Muita gente não gosta por conta do sabor, mas não torça o nariz ainda! Há opções em cápsulas também. Assim, facilita para quem é mais sensível. (ver produto)
- Pariparoba (Caapeba) — Essa planta é famosa por oferecer benefícios para fígado e baço, pois apresenta ações colagogas e coleréticas que estimulam, respectivamente, a contração da vesícula biliar e o fluxo de bile; e estimulam o fígado para produção em si da bile - que por sua vez, promove a solubilidade de colesterol no organismo. (ver produto)
- Gervão Roxo — É uma planta presente na Farmacopeia Brasileira de 1929, sendo apontada como grande aliada do fígado porque apresenta ações digestivas, anti-inflamatórias e hepatoprotetoras. Facilita a digestão, alivia desconfortos gástricos e também facilita o funcionamento do fígado. (ver produto)
- Jurubeba — Essa planta não deve ser subestimada! Além das bagas serem consumidas em conservas e frituras, a planta tem uso medicinal. Estimula a digestão e diurese, também apresentando atividade colagoga que melhora a contração da vesícula biliar. Assim, facilita e protege o funcionamento do fígado. (ver produto)
Esperamos que tenha gostado do informativo! Este conteúdo foi preparado com muito carinho e esperamos que a leitura tenha sido útil para você se cuidar melhor. Não se esqueça de que os fitoterápicos podem te ajudar! Procure o apoio de profissionais da área da saúde para uma avaliação completa e cuide da sua saúde com muito zelo, sabendo que você também pode contar com o auxílio da Oficina de Ervas!
Em caso de dúvidas, você pode falar com nossos fitoterapeutas, clicando aqui.
Referências
https://hepato.com/2015/09/14/diferencas-entre-hepatite-e-cirrose/
https://bvsms.saude.gov.br/hepatite/
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hepatites-virais/hepatite-c
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hepatites-virais/hepatite-b
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hepatites_abcde.pdf