Câncer de pele: como é e como tratar

O câncer assusta muita gente, mas poucas pessoas entendem que o câncer de pele é um dos mais frequentes no Brasil. Você está cuidando da sua pele de forma adequada? Sabe como identificar os sintomas? E será que a Fitoterapia pode ajudar? No informativo deste mês, a Oficina de Ervas vai te ajudar a entender como é o câncer de pele e como tratar.

Se você já quiser saber quais são os fitoterápicos aliados para prevenção de câncer de pele, clique aqui!

O que é câncer de pele?

Atualmente, as pessoas têm um entendimento geral sobre o que é câncer: é uma doença decorrente da multiplicação anormal de células no corpo, o que pode afetar a pele e outros órgãos e tecidos. É bom entender de maneira geral como um câncer surge, mas nosso conhecimento não deve parar por aí! É por isso que surgem campanhas de conscientização, para que você possa se cuidar e atentar-se aos sinais. Quanto mais cedo o câncer de pele for detectado, mais chances os pacientes têm de um tratamento mais tranquilo e eficaz.

Abordar o tema de câncer é sempre muito delicado, principalmente porque é um assunto que traz medo e dor. Antes de tudo, vamos lembrar que entender sobre o câncer traz maior segurança para lidar com ele, seja para se prevenir ou tratar. Quanto mais compreendemos sobre esse tipo de doença (embora existam tipos e graus de câncer diferentes), nos tornamos mais capazes de dialogar com profissionais da saúde sobre qual é a melhor alternativa para o caso.

Mesmo que você tenha receio da possibilidade de desenvolver câncer, procure entender mais sobre o assunto e cuidar bem da sua saúde, principalmente conforme você envelhece. O diagnóstico precoce é muito importante para garantir sua qualidade de vida e longevidade.

Dezembro é o mês da campanha Dezembro Laranja, criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para a conscientização e prevenção sobre essa doença. O mês é estratégico: o verão começa ao final de Dezembro no nosso hemisfério Sul e a gente sabe o quanto o Brasil é abundante de luz solar.

Por isso, é fundamental se cuidar!

Há mais de um CID de câncer de pele, por exemplo o C44-, que define neoplasias malignas da pele. Mas existem outros tipos de câncer de pele com seus CIDs, como o Melanoma maligno de pele, C43-.

Nem todo câncer de pele é igual e, por isso, existem diferenças sobre chances de cura e formas de tratamento — que também variam conforme o estágio da doença, se é inicial ou avançado.

Tipos de câncer de pele

A fisiopatologia do câncer de pele, ou seja, o entendimento das alterações funcionais de quem é atingido pela doença, ainda segue em estudos e temos conclusões importantes: anomalias nas células da pele, por exemplo o aumento de melanização descontrolada no caso do Carcinoma Basocelular nodular e formação de úlceras. Isso é possivelmente desencadeado através de danos de exposição prolongada/sem proteção ao sol, com raios UVB e UVA.

Vamos entender agora os dois tipos principais de câncer de pele:

Melanoma — É o mais agressivo, mas felizmente o menos comum. Nesse tipo de câncer de pele, há mais chances de metástase, ou seja, a multiplicação de células anormais para outros tecidos e órgãos. As chances de cura e formas de tratamento variam com o estágio da doença. Pode aparecer inicialmente como uma pinta ou sinal de tons castanhos ou pretos, que variam de forma, tamanho e às vezes de tonalidade.
Não-Melanoma — São em maioria o que chamamos de carcinomas. São mais comuns e correspondem a 80% dos diagnósticos de câncer de pele, com maior chances de cura que o câncer melanoma. Há subdivisões na categoria de carcinomas:

O carcinoma basocelular é o mais prevalente, de baixa letalidade (que não é zero), e frequente em regiões do corpo expostas ao sol. Pode surgir como uma pápula avermelhada e brilhosa, com crosta que sangra com facilidade.
Já o carcinoma espinocelular parece mais uma verruga, embora com coloração avermelhada. É mais preocupante porque tem risco maior de metástase do que o carcinoma basocelular. Ambos podem começar com uma ferida que não cicatriza.

Se atentar à sua pele é sempre uma boa ideia: após o banho, confira com atenção as regiões que ficam mais expostas ao sol. Se ficar em dúvida, peça ajuda a quem mora com você para avaliar suas costas, por exemplo.

Profissionais da saúde orientam que o autodiagnóstico não é recomendado e esse não é o objetivo: apenas tenha atenção sobre sua pele para procurar ajuda caso note algo diferente. É possível que seja outra questão de saúde, como eczemas e dermatites, por isso é melhor tirar a dúvida com profissionais!

Fatores de risco

Existem fatores de risco importantes quando falamos de câncer de pele. Vamos conferi-los:

Histórico pessoal e/ou familiar
Pele clara (fototipos I e II, principalmente)
Pessoas que se expõe ao sol com frequência, principalmente sem proteção adequada
Exposição ao sol prolongada e frequente, desde a infância
Uso de câmaras de bronzeamento

Vale lembrar que as causas do câncer de pele estão relacionadas a fatores ambientais (a exposição solar) e fatores genéticos. Mas não se engane: não é porque você não tem histórico da família ou porque você tem a pele negra que não existe a chance de câncer de pele. O inverso também é verdade: nem todos com histórico familiar ou pele clara vão ter câncer de pele. Por isso, cada um de nós tem que se cuidar!

Cuidados especiais em peles negras

Pessoas de pele negra podem sim ter câncer de pele, mesmo que sua pele ofereça um pouco mais de proteção natural devido a presença de melanina. Existem dados alertando sobre a ocorrência de melanoma em pessoas negras — que é o tipo mais grave de câncer de pele e costuma atingir braços e pernas.

Pessoas negras não devem esquecer de cuidar das extremidades do corpo, que são em geral mais claras: extremidades das mãos, palmas, região plantar dos pés e sob as unhas. Um diagnóstico precoce vai melhorar o combate à doença.

E não é porque a pele negra tem mais melanina que ela está imune aos impactos do sol. Talvez você não tenha necessidade de passar protetor solar FPS60 na pele a cada 2 horas, se não se expor tanto assim ao sol (e se passar, ótimo! Uma excelente proteção), mas não quer dizer que você jamais tenha que passar protetor ou usar chapéus. O impacto do sol também é “cumulativo” e jamais ter passado protetor solar na vida pode contribuir com danos na sua pele.

Sua pele merece carinho!

Alerta para quem trabalha ao ar livre

Precisamos dar atenção especial a quem trabalha sob o sol. Essas pessoas estão 3 vezes mais sujeitas ao câncer de pele e precisam de cuidados:

Comerciantes/ambulantes ao ar livre
Jardineiros
Agricultores
Agrônomos
Varredores
Pedreiros
Motoristas
Motoqueiros
Fotógrafos
Guias de turismo
Atletas
Salva-vidas
Marinheiros
Biólogos
Mergulhadores

É necessário manter os cuidados e conforto desses profissionais, com equipamentos e outras medidas que possam garantir sua saúde a longo prazo. Muitas dessas pessoas já tomam cuidados individuais, como motoqueiros usando mangas removíveis nos braços e jardineiros optando por fazer o serviço pela manhã ou no final da tarde.

Se você faz parte de alguma dessas profissões ou outras que se expõem ao sol, tome as precauções necessárias e também avalie se seu ambiente de trabalho oferece equipamento adequado para minimizar danos oferecidos pelo sol. Lojas de construção oferecem protetor solar também, muitas vezes com valores mais competitivos. Cuide-se e converse com colegas de profissão!

Sintomas e como identificar

Conforme mencionamos, o câncer de pele pode ser parecido com pintas e verrugas, que são marcas de pele em geral, benignas. Também pode parecer outras questões de pele mais facilmente resolvíveis, como eczemas e alergias que você não sabia que tinha antes.

Em geral, atente-se à:

Manchas que coçam, descamam ou sangram
Sinais e pintas, principalmente se mudaram de cor ou forma e tamanho
Feridas, mesmos que pequenas, que não cicatrizam

Essas dicas anteriores também estão dentro do Teste ABCDE, defendido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Segundo esse teste, devemos nos atentar às seguintes características em manchas/sinais na pele:

Assimetria
Bordas irregulares
Cor alternada/variável
Diâmetro (maior que 6 milímetros)
Evolução (se muda em tamanho, cor, forma)

Mas esse teste é criticado pela IARC/OMS, pois há lesões pequenas que acabam “passando” nessa avaliação e podem ainda ser indicativos importantes de câncer de pele. Em geral, tenha atenção em especial às regiões do corpo que se expõem mais ao sol, pois o câncer de pele pode surgir principalmente no nariz, no rosto, pescoço, orelhas, braços, ombros e colo. Então se aquela pinta ou mancha está diferente, coça ou até arde um pouquinho, cuidado! Sempre procure especialistas!

Diagnóstico

O câncer de pele não altera hemograma, no sentido de não existir um marcador específico em exames de sangue que sirva para sinalizar o câncer de pele. Mas exames de sangue podem ser pedidos durante o tratamento para checar a saúde geral de pacientes, conferindo se há outros aspectos a serem cuidados com maior especificidade.

O diagnóstico, porém, não é tão complicado assim: pode ser feito por dermatologistas através de exames clínicos, podendo-se usar um dermatoscópio e outros exames, como exames de imagem e biópsias.

Se você tem dúvidas sobre qual médico procurar, saiba que dermatologistas são especialistas para te receber e diagnosticar o câncer de pele. É possível que você passe por um clínico geral antes, a depender de como será seu direcionamento no SUS ou plano de saúde privada; sendo a suspeita de câncer, o ideal é encaminhamento para dermatologistas e pedidos de exames para agilizar o diagnóstico.

O câncer de pele tem cura quanto mais cedo detectado e tratado precocemente; principalmente se for não-melanoma. Por isso, não tenha receio de procurar profissionais da saúde!

Prevenção de câncer de pele

Felizmente, não é muito difícil prevenir o câncer de pele. Mas é necessário um pouco de disciplina e recursos:

Chapéus (vamos trazer chapéus de volta à moda!)
Guarda-sol (ou guarda-chuva!)
Protetor solar sempre, mesmo em dias nublados
Evitar, quando possível, exposição solar entre 10h e 16h
Óculos escuros
Roupas com proteção UVA/UVB (confira certificação ABNT NBR 16695:2018 ou ARPANSAS)
Busque sombras para se abrigar

Como usar o protetor solar

A gente sabe que seria muito simples passar protetor solar uma vez só ao dia, mas não é bem assim. Quando falamos de protetor solar, devemos lembrar da...

Quantidade adequada: Seja no rosto ou no corpo, não devemos economizar na quantidade. Você pode separar protetor solar de corpo e de rosto, já que os de rosto costumam ter outros ativos dermocosméticos e maior fator de proteção — sendo mais caros também. Invista em opções adequadas para seu tipo de pele, principalmente se sua pele tem tendência à acne. Atenção se você usa maquiagem: não é sempre que bases, corretivos e pós tem proteção solar, embora existam opções. Você pode investir em protetor solar com hidratante antes de passar maquiagem.
Aplicação correta: É sempre uma boa ideia usar o protetor solar corporal em pescoço, colo e braços. Outras regiões do corpo, como pernas e tronco, podem ser evitadas caso você não esteja em exposição solar direta, por exemplo usando camisetas e uniformes para ficar em ambientes à sombra, no trabalho, em lojas... Espalhe bem no rosto e no corpo, não deixando nenhuma área desprotegida. Não se esqueça de proteger os lábios com protetores adequados.
Reaplicação: A indicação é reforço a cada 2 horas ou menos, dependendo da exposição solar e contato com água/suor. Se você está na praia/campo/cidade com grande exposição solar e movimento, siga à risca! Se seu trabalho é dentro de um escritório, por exemplo, você pode deixar as reaplicações para antes do trajeto de ir ao trabalho e demais vezes que tiver contato com a luz solar, por exemplo ao sair no almoço ou voltar para casa. Mesmo dentro de veículos, é necessário usá-lo, combinado? Atenção para quem usa maquiagem de novo: durante o dia, sabemos que não é prático refazer a maquiagem, mas aplicar e reaplicar seu protetor solar vai manter sua pele saudável por mais anos. Invista em opções práticas para levar durante o trabalho/viagens. Pode ser a opção em bastão/stick, mas nada de trapacear e usar só um pouquinho de nada!

Usar protetor solar corretamente, seguindo esses pontos mencionados acima, não substitui outros cuidados, por exemplo preferir horários mais amenos para se expor ao sol e usar outras barreiras físicas, como guarda-sóis e chapéus. Inclusive, isso é algo discutido por dermatologistas — já que muita gente acha que só usar protetor solar garante proteção total e não importa quanto tempo podemos passar sob o sol.

Detalhes sobre escolha de protetor solar

Há dois tipos de protetor solar: físicos e químicos. Os físicos refletem a luz solar, formando uma barreira física mesmo composta por óxido de zinco, óxido de ferro e dióxido de titânio — que não são danosos à pele nessas composições. Já os protetores químicos absorvem a radiação, absorvendo-os e transformando em calor de forma que essa radiação não danifica sua pele. Protetores solares com cor costumam oferecer proteção química e física. E independente daquele que você usar, lembre-se de aplicar na quantidade correta, de forma correta e reaplicar.

No caso de protetores solares em bastão, cuidado: nem sempre aplicamos a quantidade em peso/gramas que seria o ideal, apesar da camada cobrir o rosto. Os protetores solares em bastão/stick funcionam, mas precisamos discutir se a quantidade/uso feito pelas pessoas é adequada. Você pode usar um protetor solar facial antes de usar outro em bastão, já que muitos são vendidos como corretivos, vindo cores de pele para complementar a maquiagem. É também mais fácil usá-lo na reaplicação de protetor solar em ambientes urbanos.

Na hora de higienizar sua pele, um bom banho faz o serviço, principalmente se estamos falando protetor solar aplicado no corpo. No rosto, você pode redobrar seus cuidados na hora da limpeza, aplicando água micelar ou adstringentes após o sabonete se achar necessário.

Ao escolher seu protetor solar, leve em consideração…

Seu tipo de pele: você pode escolher opções menos oleosas, geralmente chamadas de matificantes/matte, para peles que são propensas à acne. Geralmente são opções disponíveis para protetores solares faciais.
Se garante proteção contra radiações UVA/UVB: Você vai ver as siglas FPS ou PPD/FP-UVA, lembrando que produtos regulamentados pela Anvisa tem essas duas proteções. Quanto maior FPS, maior será a proteção — o que é ideal para peles brancas, peles com melasma, crianças (que têm pele mais sensível)...
Se é resistente à água: Em caso de atividades físicas e contato com água de piscina ou mar, é bom usar aqueles que são resistentes à água/suor. Ainda assim, reaplique.
Se você vai ao mar e rios: A maioria dos protetores solares tem componentes que afetam os corais e a vida aquática em geral. Por isso, se você vai ao mar ou rios e lagos, atente-se a isso. A vida aquática importa e nós precisamos garantir a sustentabilidade/vida desses ecossistemas. Sim, os protetores solares reef safe podem ser mais caros, mas todo investimento vale a pena.

Para resumir: Filtro solar com proteção UVA/UVB, com mínimo de fator de proteção 30FPS, com resistência à água/suor. Reaplique. Se você vai ao mar ou rios, invista em opções seguras para vida aquática. NÃO escolha opções caseiras de protetor solar e bronzeadores, que não tem garantias/comprovações de segurança para a pele.

Tratamento de câncer de pele

O tratamento de câncer de pele depende do tipo de câncer identificado e seu estágio.

Nem todo câncer de pele precisa fazer quimioterapia ou será essa a primeira opção de tratamento.

Existe a opção de retirada cirúrgica do câncer de pele/lesão sem necessidade de internação, enquanto há outros tratamentos como a terapia fotodinâmica para ceratose actínica, carcinoma basocelular superficial e carcinoma epidermóide in situ. Mas tudo isso é discutido em conjunto com dermatologistas e oncologistas.

Depois de diagnosticado e tratado, é necessário acompanhamento com profissionais por certo período. Por isso, se você já passou por tratamento, não desmarque seu retorno.

Fitoterapia e a prevenção de câncer de pele

Há fitoterápicos que melhoram a proteção da pele e podem ser aliados nessa jornada de cuidados contra o câncer de pele. Só não vale deixar de tomar outras medidas preventivas! Vamos conhecer esses aliados naturais?

Pinus pinaster — Mesmo que não substitua o uso de produtos como protetor solar, é uma alternativa eficaz para complementar os cuidados com a pele contra danos do sol e também para complementar o tratamento de melasma, prevenindo o reaparecimento de manchas. Possui ação protetora contra radiação UV, é antioxidante e aumenta a resistência do colágeno e da elastina contra a degradação pela colagenase e elastase (ver produto).

Polypodium leucotomos — Essa planta possui ação fotoprotetora oral, preservando a capacidade da pele de se prevenir e reparar danos. É antioxidante também. Age para preservar os fibroblastos (que produzem colágeno e elastina) e inibir a liberação da enzima metaloproteinase (que quebra as fibras de colágeno e elastina). Além de usar o protetor solar, é possível consumir o Polypodium leucotomos para melhorar os cuidados contra danos solares (ver produto).

Esperamos que tenha gostado desse informativo tão importante em Dezembro — e durante o ano inteiro!. Este conteúdo foi preparado com muito carinho e esperamos que a leitura tenha sido útil para você se cuidar melhor. Não se esqueça de que os fitoterápicos podem te ajudar, mas não se esqueça de tomar todos os cuidados com sua pele! Procure o apoio de profissionais da área da saúde para uma avaliação completa e cuide da sua saúde com muito zelo, sabendo que você também pode contar com o auxílio da Oficina de Ervas!

Em caso de dúvidas, você pode falar com nossos fitoterapeutas, clicando aqui.